terça-feira, 17 de julho de 2012

Morrer

Estava conversando com uma amiga minha e ela soltou uma pérola.

Conversava sobre morrer, ser cremado e tal, e ela soltou uma frase que quase caí do sofá de tanto rir.


Disse assim, Tiago, tenho medo de morrer, imagina ser enterrada num caixão apertado, ser colocada dentro de uma gaveta no cemitério. Ui, que lugar apertado, vou morrer sufocada,sem poder respirar.


Eu disse que ela já estaria "morrida", nem ia sentir nada. A maluca respondeu, mas vai que eu tô meia viva,prefiro um caixão com janelinha e saída de emergência, e mais, quero ser sepultada numa cripta, com a mão na fechadura,se eu acordar,saio correndo.


Ela não suporta lugares fechados.





                                                                  Tiago Brum

O que o vicio faz...

Uma menina conhecida estava com fortes dores abdominais, foi ao medico consultar e após os exames rotineiros, foi diagnosticado que a vesícula estava suporando, e ela deveria fazer uma cirurgia imediatamente. Para quem não sabe, são pedras originadas na vesícula biliar, com fortes dores.


Ela tem um pequeno probleminha com anestesias, elas simplesmente não pegam, precisou de seis doses para anestesiar, o medico de antemão, sabendo do problema, deu um calmante "tarja preta", pra ela entrar na sala cirúrgica dormindo. O detalhe que, o tal remédio demorou para fazer o efeito desejado.


Esta menina conhecida, fuma. Tinham três pessoas na frente, para operação. Como ela fuma, sentiu vontade e não pode fumar dentro do hospital e muito menos a caminho de uma cirurgia, resolveu ir na rua saciar seu vicio.


Mas como sair, sem ninguém perceber? Quando ela se levantou, o enfermeiro perguntou:
-- Você não esta com sono ainda? E deu-lhe mais uma dose de calmante, deite e feche os olhos.


A maldita vontade não passava. De novo ela levantou. Outra enfermeira, mais uma dose de calmante:
-- Deite e feche os olhos, daqui a pouquinho você será operada.


Quando a enfermeira saiu, ela levantou, foi ao quarto,pegou o cigarro e resolveu fumar antes da cirurgia. Saiu para fora do hospital, fumou dois cigarros tranquilamente, e os calmantes começaram a fazer efeito.


Quando ela foi levantar do banquinho, as pernas não obedeciam, parecia uma pessoa bêbada, mal conseguia falar direito pra pedir ajuda,chamar alguém. Do lado do banquinho tinha um telefone publico, ela ficou de cocoras no banco, tentando alcançar as teclas. Ligou para o amigo que a tinha levado para o hospital, com a voz pastosa disse:


Hoooo, hooooo, chama alguém pra me buscar aqui fora.
-- Vá fazer trote na P. que pariu foi a resposta. E desligaram o telefone.


Com muito esforço a menina ligou de novo, a cobrar, e deu seu nome. O amigo reconheceu o nome, não a vós bêbada do outro lado da linha.


-- A Paula está sendo operada neste exato momento.
-- Hooo,hooo, to não, to aqui fora. Chama eles lá pra me buscar aqui fora.
Outro xingamento, e telefone desligado.


A fachada do hospital era toda de vidro, ela não sabia onde era a porta, estava tudo igual.
A menina conhecida resolveu ir engatinhando, quando ela viu a porta se abrir, saiu duas senhoras e perguntaram se ela queria sentar. Apenas sorriu e balançou a cabeça que sim, achando que as senhoras iriam levar ela pra dentro. Não, foi levada pro banquinho de novo.


Ela pensou,pensou, nada na mente,as pessoas não entendiam. A ideia era se estabanar no chão, assim as pessoas iriam a socorrer. Ela só lembra que deitou no chão e quando acordou estava operada, com os enfermeiros a gargalhar.








Baseado em fatos reais: Tiago Brum

Este fato aconteceu num Hospital em Curitiba,PR.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Crônica do Cemitério


Outro dia estava precisando falar com um amigo urgentemente, tentei ligar varias vezes para o cemitério onde ele é coveiro, ninguém atendia.Resolvi ir até lá e falar diretamente com ele.


Quando cheguei, o escritório do cemitério estava fechado,tinha vários carros,calculei que estivesse sendo realizado algum sepultamento.Entrei devagar,procurando algum movimento de pessoas vivas, de longe vi meu amigo junto dos familiares,esperando o Padre terminar de falar.


 Cheguei perto das pessoas, em sinal de respeito ao falecido, todos tristes,os filhos reunidos, ele era um homem bom, que estava ali,seu corpo gélido,pronto para ser sepultado. A esposa chorava,se esvaia em lagrimas, tantas tristezas no ultimo adeus.O caixão foi fechado vagarosamente, de novo um turbilhão de pensamentos, a viúva chorava mais intensamente, uns sorriam amarelos, outros baixaram a cabeça, dando a ultima homenagem aquele que foi o melhor pai, o melhor esposo,enfim,um exemplo de homem...


Não adiantava lamuriar, era a hora de sepultar o patriarca da família.


Meu amigo coveiro, foi descendo o caixão devagar, empurrando na gaveta silenciosamente,de repente escutamos um miado de gato, conforme empurrava o caixão, o miado ficava mais intenso... miauuuuuuu,miauuuuuuuuuuuuuu,miauuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu...


Na hora pensei, o coitadinho do gato deve estar dentro da gaveta, o caixão vai esmagá-lo. Meu amigo coveiro não fazia nada,parecia que não tinha escutado o gato miando.Miauuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu,miauuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu...


O filho mais velho do morto, intrigado com a frieza do coveiro, disparou: Oh seu Mario, não é melhor tirar o gatinho aí de dentro,vai matar o coitado. Quando meu amigo responde no ato:


-É meu celular,depois eu atendo, não é importante.


O final da historia todos já sabem, o funeral virou uma comedia...


Baseado em fato real, Tiago Brum